A alimentação saudável na esclerose múltipla não só ajuda o organismo a exercer adequadamente as suas funções, como também a obter a energia necessária para o desempenho das mesmas.
As pessoas que sofrem com a esclerose múltipla podem melhorar a sua qualidade de vida através de hábitos saudáveis e um deles é com uma alimentação equilibrada, elaborada por um nutricionista ou profissional de nutrição.
Por se tratar de uma doença inflamatória, degenerativa, autoimune e que atinge o sistema nervoso, os sintomas podem ser fadiga, visão embaçada, tontura, rigidez muscular e déficits cognitivos.
De acordo com a nutricionista Alice Cunha, do Complexo Médico Provida, uma alimentação saudável na esclerose múltipla não só ajuda o organismo a exercer adequadamente as suas funções, como também a obter a energia necessária para o desempenho das mesmas. “A nutrição tem como objetivo também retardar a progressão da doença autoimune e reduzir inflamação, auxiliando os efeitos positivos dos medicamentos. Tudo isso através de uma dieta anti-inflamatória”, diz.
As vitaminas são importantes para o sistema imune
A nutricionista acrescenta que as últimas pesquisas realizadas apontaram que a obesidade é um possível fator de risco para o desenvolvimento da esclerose múltipla e os baixos níveis de vitamina D estão relacionados com o início e a progressão da doença. Por isso, planejar uma dieta de acordo com as necessidades do paciente é fundamental. Ainda sobre as vitaminas, é importante destacar que os tipos A e D, por serem moduladoras do sistema imunológico, assim como as C, E e B12, são fundamentais para o funcionamento adequando da imunidade e para evitar o agravamento dos sintomas.
Alimentos que devem fazer parte da dieta
Entre os alimentos que precisam ser consumidos estão as frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos, carnes brancas, ovos, gorduras boas e ricas em ômega 3 (peixes, castanhas, azeite e abacate). Essa alimentação também é a mais recomendada para manter uma microbiota intestinal saudável.
Alimentos que precisam evitar
Os pacientes com esclerose múltipla devem evitar refeições desenvolvidas com lácteos e glúten (leite e derivados, farinha de trigo, centeio, cevada, entre outros), pois estão relacionados com a doença, devido ao mimetismo molecular, que é a capacidade de um microrganismo patogênico em criar estruturas semelhantes ao do hospedeiro. Outros alimentos que também não são recomendados para as pessoas que têm a doença são os ricos em gorduras saturadas, como carne gorda, bacon, banha de porco, salsicha e biscoitos recheados. Tudo isso, devido à gordura presente nestes produtos que altera a estrutura das membranas celulares, favorecendo a entrada de antígenos na barreira hematoencefálica, favorecendo o agravamento da esclerose múltipla.
A influência do bom funcionamento intestinal
É importante destacar que dentro da qualidade de vida do paciente precisa estar o bom funcionamento do intestino, pois, quando ocorre a diminuição do número de bactérias boas e aumento das ruins, gera o desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose). Quando isso acontece, reduz a capacidade de absorção dos nutrientes pelo corpo, causando carências de vitaminas importantes para evitar o avanço da doença.
Alice explica que todo paciente precisa adequar a sua alimentação com vitaminas e minerais, pois são fundamentais para a qualidade de vida e bem-estar. Ela enfatiza para que as pessoas não façam alterações e nem restrições alimentares por conta própria e sempre procure um profissional de nutrição, evitando, assim, carências nutricionais.