Uso de aquecedores, água quente, excesso de oleosidade são alguns contribuintes para o desenvolvimento de doenças dermatológicas.
Com a chegada das baixas temperaturas, a procura por aquecedores e uso de água quente, tanto para o banho quanto para lavar a louça, aumenta. Com esses hábitos, os problemas na pele também podem crescer devido ao ressecamento e, em alguns casos, o excesso de oleosidade, desenvolvendo doenças dermatológicas. Outro fator contribuinte para essas patologias é o uso de máscaras faciais em tempo de pandemia, acometendo a região coberta.
Segundo a dermatologista Maria Virginia de Melo Guedes, no organismo existem as glândulas sebáceas, que são responsáveis pela hidratação e a oleosidade da pele. Com o frio, a busca por locais aquecidos e o uso de água quente fazem com que algumas partes do corpo fiquem ressecadas, como mãos, pés, pernas e antebraços. Outro sintoma é a coceira.
A doença mais comum durante o inverno é a piora da acne, porque o ressecamento produzido pela temperatura da água diminui muito a oleosidade e acaba acontecendo o efeito “rebote” (mecanismo de defesa natural da pele) que produz mais oleosidade. Dessa forma, ocasionará o agravamento da espinha (acne). Outra patologia é a dermatite seborreica (caspa). Maria Virginia explica que ela não é exclusivamente no couro cabeludo. Pode aparecer no rosto, nas sobrancelhas e orelhas. Em homens ocorre também no peito, em forma de manchas com escamação, bem semelhante à do cabelo.
Já o abafamento gerado pela máscara pode levar a um quadro inflamatório e aumento da secreção sebácea (suor), o que pode causar a acne. Em algumas pessoas, pode surgir a dermatite seborreica ou até rosácea (doença que causa avermelhamento da pele do rosto).
Os tratamentos para as patologias são individualizados, conforme o tipo de pele. Para uma paciente “da melhor idade” que após a menopausa apresenta mais ressecamento, principalmente no inverno, são indicados cremes com poder maior de hidratação, tanto para o rosto, como para o corpo. Na fase adolescente e adulta, se tiver pele normal, a recomendação é de hidratante à base de água para não pesar tanto, evitando espinhas, cravos e outros processos.
Para outras regiões do corpo, como mãos e pés, existem cremes específicos. Atualmente, por causa do uso do álcool em gel não é possível usar durante o dia. Então, a indicação é passar após o banho, antes de dormir.
Na questão da escolha da máscara facial, sabemos da importância de seu uso para evitar a contaminação do coronavírus, porém, opte por tecidos mais finos, mas que não comprometa a proteção. A dermatologista recomenda o uso das máscaras cirúrgicas descartáveis para irritar menos a pele do rosto.
O tratamento não se resume apenas a procedimentos e uso de cremes, mas também é importante cuidar da alimentação. A tendência no inverno é aderir a refeições mais calóricas, como chocolate quente, fondue e comidas industrializadas ou fast-food. A recomendação da médica Maria Virginia é evitar estes tipos de cardápios, pois tende a piorar os sintomas. Busque por algo mais saudável, não só para a pele, mas para o organismo como um todo.
Esteja atento aos cuidados com o corpo e, se mesmo assim surgirem sinais de que algo não está bem, inicie o tratamento precocemente. Assim, evitará a necessidade de que precise realizar procedimentos mais invasivos.