Adotar uma alimentação sem glúten não significa abrir mão do sabor ou da qualidade de vida, mas sim aprender a escolher e preparar alimentos que respeitem essa necessidade especial.
A doença celíaca é uma condição autoimune que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, causando uma série de sintomas desconfortáveis e, se não tratada, pode levar a complicações mais sérias. Para quem vive com essa condição, a adoção de uma dieta rigorosa sem glúten pode representar uma verdadeira transformação na qualidade de vida. Para entender melhor os aspectos dessa doença e os cuidados necessários, conversamos com a nutricionista Alice Cunha, especialista que atende na cidade de Tubarão, Santa Catarina.
O que é a doença celíaca?
De acordo com Alice Cunha, a doença celíaca é uma doença autoimune que atinge o intestino delgado. “Quando a pessoa que tem essa condição ingere glúten, o organismo reage de forma prejudicial, causando inflamação e dano à mucosa intestinal, o que compromete a absorção de nutrientes essenciais”, explica. Ela ressalta que o glúten é formado por duas proteínas presentes em alimentos como trigo, centeio e cevada, e que o cuidado com esses ingredientes é fundamental para quem tem a doença.
Sintomas e diagnóstico
Muitos pacientes apresentam sintomas variados, o que muitas vezes dificulta o diagnóstico precoce. “Os sinais mais comuns incluem abdômen distendido, dor abdominal, constipação, além de possíveis manifestações na pele, como vermelhidão, endurecimento ou feridas. Algumas pessoas podem apresentar diarreia leve, mas a constipação é mais frequente”, relata Alice. Para confirmar a doença, exames específicos, incluindo endoscopia com biópsia do intestino delgado, são realizados. “Muitas vezes, é a nutrição que identifica os sintomas e encaminha o paciente ao médico para os exames conclusivos”, acrescenta.
Cuidados alimentares e contaminação cruzada
A principal recomendação para quem foi diagnosticado com a doença celíaca é manter uma alimentação completamente livre de glúten. “É preciso evitar alimentos com trigo, centeio e cevada, e também estar atento à produção para evitar contaminações cruzadas”, alerta Alice. Ela explica que utensílios, superfícies e até equipamentos de uso comum podem ser fontes de contaminação; por isso, é importante que os utensílios utilizados pelo paciente sejam novos ou devidamente esterilizados com água quente. Para quem frequenta padarias e restaurantes, o cuidado deve ser redobrado. “Hoje em dia, há muitas padarias e cafeterias que oferecem produtos sem glúten, com toda a preocupação na produção e no armazenamento, mas o paciente deve sempre verificar a origem e a certificação do alimento”, recomenda a nutricionista. Em festas de aniversário, por exemplo, leva-se o próprio lanche para evitar riscos de contaminação cruzada, uma prática altamente recomendada.
A importância do ambiente familiar
Alice Cunha enfatiza que o suporte familiar é essencial. “O ambiente deve ser acolhedor e seguro para que o paciente se sinta confortável e sem restrições desnecessárias. Se a pessoa for comer fora de casa, deve estar atenta às opções e sempre preferir alimentos confiáveis”, reforça. Ela destaca ainda que o acompanhamento psicológico também pode ajudar na adaptação emocional à nova rotina.
Vida normal com a doença celíaca
Contrariando mitos, Alice afirma que é plenamente possível levar uma vida normal e ativa com a doença celíaca. “Hoje, há muitas opções de produtos e estabelecimentos especializados, além da internet, que oferece receitas e dicas de preparação de alimentos sem glúten”, comenta. Ela reforça que a participação da família é fundamental para que o paciente não se sinta isolado, garantindo uma rotina equilibrada e sem prejuízos à saúde.
Riscos de não seguir a dieta
Se não for devidamente controlada, a doença celíaca pode gerar inflamações contínuas, levando ao desenvolvimento de outras doenças, como a síndrome do intestino irritável e deficiências nutricionais. “O intestino delgado é considerado o ‘segundo cérebro’ do corpo, e seu comprometimento pode afetar todo o organismo”, alerta Alice. Além disso, ela explica que a má alimentação pode facilitar o surgimento de outras complicações, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.
A educação e o cuidado com a alimentação fazem toda a diferença na vida de quem convive com a doença celíaca. A nutricionista Alice Cunha reforça que, com orientações corretas, uma dieta bem planejada e o apoio familiar, o paciente pode desfrutar de uma vida saudável, ativa e plena, sem abrir mão do prazer de comer bem.
Para quem busca acompanhamento especializado, Alice Cunha atende no Complexo Médico Pró-Vida, em Tubarão, com consultas presenciais ou online. Se você ou alguém da sua família apresenta sintomas relacionados à doença celíaca, procure um profissional de saúde para avaliação e orientação adequadas. A informação é o primeiro passo para uma vida mais saudável e livre de limitações.
Quer saber mais? Clique no vídeo abaixo e assista à entrevista na íntegra realizada com a nutricionista Alice Cunha.