Através da alimentação saudável e variada é possível combater à ansiedade e ao estresse, pois é através dela que é possível promover o bom funcionamento do cérebro.
Através da alimentação, é possível melhorar os sintomas da ansiedade e da depressão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, a ingestão de nutrientes por meio de uma alimentação saudável e variada está diretamente relacionada ao bom funcionamento do cérebro, o que, por sua vez, é a peça-chave para o combate à ansiedade e ao estresse.
Segundo a nutricionista Alice Cunha, do Complexo Provida, deve-se manter o nível de açúcar estável no sangue, com pequenos volumes e refeições fracionadas ao longo do dia; incluir carboidratos complexos, pois contêm serotonina, um neurotransmissor que tem efeito calmante no cérebro; e acrescentar cereais integrais em todas as refeições.
A nutricionista acrescenta que o consumo de vitaminas do complexo B e o aumento da ingestão de ovos, leite, carne vermelha e hortaliças verdes escuras são importantes e precisam fazer parte da dieta nutricional. “As vitaminas auxiliam na reconstrução de tecidos, inclusive no cérebro e no sistema nervoso. A ausência desses nutrientes pode desencadear memória fraca, cansaço, tontura, falta de concentração e depressão”, diz.
Ainda dentro do cardápio, é necessário acrescentar os alimentos ricos em triptofano, como banana, leite, chocolate amargo, queijo, amêndoas, nozes. “Estes estão envolvidos na produção da serotonina, hormônio que exerce uma função importante na regulação das emoções e de processos comportamentais”, afirma.
Os probióticos, como kombucha, keffir e iogurte, contêm lactobacilos vivos que ajudam a melhorar a flora intestinal, o que será benéfico para a produção de serotonina pelo intestino.
Alimentos que precisam ser evitados
Os alimentos que precisam ser evitados são os que possuem cafeína, pois é um estimulante do sistema nervoso. A sua função é aumentar a produção de adrenalina e cortisol, conhecido popularmente como “hormônio do estresse”.
A atenção também deve estar voltada para o consumo de açúcar. Alice conta que o cérebro precisa da glicose para funcionar, mas quando as atividades de insulina estão comprometidas, o funcionamento pode ser prejudicado. “Ao ingerir uma quantidade elevada de açúcar, os níveis de glicose no sangue vão subir rapidamente; após esse pico de energia, a tendência é que ocorra uma queda brusca de açúcar no organismo, devido à liberação de insulina, e essas oscilações podem trazer sensação de cansaço, irritabilidade, tremores e tontura”, diz.
A nutricionista acrescenta que a queda da glicemia faz com que o corpo busque outras fontes de energia, ocorrendo a produção de adrenalina (hormônio que mantém o corpo em alerta), e essa liberação hormonal pode piorar quadros ou sintomas de ansiedade.
A sugestão para aqueles que são apaixonados por doce é substituir o açúcar por frutas in-natura, assadas ou secas, shakes de iogurte natural com frutas congeladas, docinhos de tâmaras, chocolate amargo e pasta de amendoim.
Dieta nutricional no quadro de depressão
Dentro do quadro de depressão, Alice conta que não existe um cardápio da felicidade. O importante é que o paciente compreenda que a alimentação adequada vai atuar de forma sinérgica nos demais tratamentos farmacológicos prescritos pela equipe multidisciplinar.
Os nutrientes e alimentos que auxiliam na depressão são os mesmos mencionados para o quadro de ansiedade.
Quando existe a ausência de apetite, algumas estratégias podem ser válidas. Entre elas é adotar uma rotina alimentar, com horários definidos para as refeições diárias. Disciplinar o corpo a sentir fome e a ansiar pela próxima refeição é uma tática.
A recomendação de Alice é que o paciente ou quem está cuidando dele varie o cardápio com sabores e texturas diferentes. A variedade é essencial para estimular os sentidos. Pode-se investir em shakes saudáveis à base de frutas.
Algo que pode fazer toda a diferença é realizar as refeições em boa companhia, em ambientes agradáveis, que proporcionem conforto. Em algumas situações, quando as refeições são realizadas com outras pessoas, isso pode estimular o apetite.
Dica da nutricionista Alice
A profissional conta que a alimentação equilibrada não deve ser momentânea, apenas para o tratamento. Ela deve ser adotada como uma qualidade de vida em todas as fases. Dessa forma, o risco de desenvolver ansiedade e depressão pode ser menor. Porém, também é importante adotar outros hábitos, como lazer e prática de atividades físicas.