A doença comumente surge na infância, mas pode aparecer em qualquer fase da vida.
A asma é uma doença inflamatória crônica que afeta as vias aéreas inferiores (tubos que levam o ar para dentro dos pulmões), que pode ser reversível espontaneamente ou com tratamento. Manifesta-se clinicamente com episódios de tosse, chiado, cansaço e falta de ar, que é o resultado de uma interação entre genética, exposição ambiental e outros fatores específicos. Comumente surge na infância, mas pode aparecer em qualquer fase da vida. Por isso, é importante o acompanhamento até a fase adulta, evitando, assim, complicações decorrentes da doença não controlada.
De acordo com o pneumopediatra, doutor Evandro Thomsen Antunes, cada pessoa apresenta uma sensibilidade e gatilhos diferentes para desencadear a asma. Os fatores de risco são uma combinação de predisposição genética, gripes, virose, infecção pulmonar, covid-19 e durante a gestação.
É possível controlar a asma a partir do diagnóstico correto, tratamento e orientação do médico especialista.
O pneumopediatra explica que existem tratamentos preventivos, eficazes e seguros, que ajudam a diminuir a inflamação dos brônquios e a criança pode levar uma vida ativa sem entrar em crises. O tempo do tratamento é variável e depende da classificação da asma, pois existe a leve, a moderada e a grave.
A asma leve existe em dois tipos, a infrequente - que é aquela criança que tem uma crise com um ano de idade e depois vai ter outra com dois anos. Já a leve frequente é quando o paciente tem crises repetidas de chiado muito leve, mas não necessita ir ao hospital.
A moderada é uma asma que limita um pouco a criança ao exercício; ela usa bombinha com frequência e, às vezes, precisa ir à emergência.
A grave leva o paciente à internação, há necessidade de oxigênio, uso de bombinha constante, corticoides e diversas internações durante o ano.
Doutor Evandro afirma que a classificação é realizada mediante o histórico relatado pela mãe, a anamnese, exame físico e também a realização da espirometria, conhecida também como exame do sopro, pois mensura a capacidade dos pulmões por meio da avaliação da quantidade de ar que pode ser retida e do volume e velocidade que o paciente consegue soprar.
É importante destacar que, conforme a criança vai se desenvolvendo e seguindo as orientações médicas, a asma pode diminuir e, na maioria dos casos, o tratamento é suspenso. Apenas recomenda-se fazer o acompanhamento.
De acordo com Evandro, 80% dos pacientes poderão ter asma somente na infância e 20% continuarão com a doença na fase adulta. “Nosso objetivo como médico pneumopediatra é dar à criança condição para que ela atinja o melhor desempenho possível em sua vida”, diz.
Para o atual cenário da covid-19, a recomendação não é diferente, a criança deve ter uma vida mais próxima do normal, onde o paciente classificado de grau leve e moderado pode ir para a escola, desde que a asma esteja controlada, acompanhada pelo seu médico e seguindo as orientações de segurança, com o uso de máscara e álcool em gel. Apenas as crianças de grau grave, que têm crises recorrentes, precisam de maiores cuidados, então, é recomendada a aula on-line.