A doença caracteriza-se pelo excesso de estresse ocupacional, que gera a exaustão emocional e física, além da redução de produtividade.
Desde 2020 profissionais da saúde, empresários e colaboradores vêm se adaptando ao novo cenário da pandemia do Covid-19. Com essas mudanças aumentaram as preocupações administrativas, houve a sobrecarga de trabalho, pois muitas empresas fecharam, cresceu o desemprego, ocorreram perdas de familiares para o coronavírus. Tudo isso levou um número expressivo de pessoas a desenvolverem a síndrome de Burnout (ou síndrome do esgotamento profissional).
De acordo com a psicóloga e mentora de carreira, Juliana Mendes, a síndrome foi incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano de 2019, onde entrará em vigor no início de 2022. Ela explica que a doença caracteriza-se pelo excesso de estresse ocupacional, que gera a exaustão emocional e física, além da redução de produtividade. “Então a causa disso na maioria das vezes está relacionada às condições de trabalho”, diz.
Para identificar se o colaborador ou o familiar está com a doença, a psicóloga esclarece alguns sinais e sintomas de Burnout, são eles: cansaço excessivo, físico e mental, dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante, sentimentos de derrota e desesperança, incompetência, alterações repentinas de humor, isolamento, fadiga, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais e alteração nos batimentos cardíacos.
A busca do tratamento é muito importante. Ele pode ser realizado com um psicólogo e/ou psiquiatra. Na psicologia o profissional ajuda o paciente a encontrar estratégias para combater o estresse. “Nas terapias a pessoa tem um tempo para desabafar e trocar experiências que ajudam a melhorar o autoconhecimento e a conquistar mais segurança no seu trabalho”, afirma.
Entre as estratégias que podem ser adotadas estão: reorganizar o seu trabalho, diminuindo a jornada, aumentar o convívio com amigos, fazer atividades relaxantes, fazer exercício físico com o objetivo de libertar o estresse acumulado.
Juliana destaca que é importante que o paciente realize várias técnicas ao mesmo tempo para uma recuperação mais rápida. Entretanto, dependendo do grau que a síndrome de Burnout afetou o paciente, o tempo de recuperação pode variar, chegando há meses ou anos. Se não tratada, há chances de evoluir para doenças físicas, como: coronarianas, hipertensão, problemas gastrointestinais, depressão profunda e alcoolismo.
Por esse motivo, é importante que a sociedade esteja engajada para minimizar este cenário, começando dentro das organizações e escolas, pois fomentar a saúde, segurança e qualidade de vida das suas equipes, é o caminho para prevenção.
A psicóloga sugere alguns trabalhos que podem ser desenvolvidos dentro das organizações, são eles: grupos de apoio, momento de meditação e yoga, desenvolvimento de líderes, pesquisa de satisfação interna (pesquisa de clima) com posterior trabalho de melhoria do clima organizacional, programa de qualidade de vida incentivando autocuidado (corpo e mente) e Mindfulness (Técnica para desenvolver o foco e atenção da mente no presente).