Especialista explica que a gagueira é uma disfunção da fala de origem psicomotora, que compromete a fluência e a comunicação verbal.
Quando a criança começa a falar as suas primeiras palavras, geralmente entre dois a quatro anos de idade, é importante os pais estarem atentos a sua pronuncia, mas ao mesmo tempo, não repreendê-la em momentos que tiver dificuldades de formar a palavra corretamente, pois o pequeno pode se sentir pressionado e ficar com medo de falar ou até mesmo apresentar uma gagueira pelo estresse.
Existe também a gagueira genética, onde a pessoa apresenta uma disfunção no cérebro, que torna difícil a percepção de quando começa e termina um som. O indivíduo sabe o que quer falar, mas não consegue. Por isso, se os sintomas de gagueira persistirem por mais de uma semana, é importante procurar o especialista.
Segundo a fonoaudióloga Bianca Nunes de Pieri, a gagueira é uma disfunção da fala de origem psicomotora, que compromete a fluência e a comunicação verbal. Por mais que cada indivíduo possa apresentar a gagueira de formas diferentes, ele têm em comum a repetição de sons, sílabas e paradas involuntárias como bloqueios. A gagueira pode ser emocional, hereditária ou adquirida, que é quando a pessoa sofre um acidente vascular cerebral (AVC) ou traumatismo crânio encefálico (TCE).
É importante acrescentar que alguns anos atrás se pensava que essa dificuldade na fala era algo psicológico e, por falta de conhecimento, as pessoas sofriam constrangimento e brincadeiras de mau gosto. Hoje, os indivíduos que têm gagueira, seja na infância ou na vida adulta, podem obter um diagnóstico adequado e um tratamento que amenize os efeitos dessa disfunção da fala.
Bianca conta que existem estudos que buscam exames por imagem para diagnosticar e até entender a causa da gagueira, mas o diagnostico é, na maioria das vezes, clínico.
As formas de tratamento podem ser realizadas por meio da fonoterapia e psicoterapia, pois essa disfunção da fala pode também afetar as emoções. Então, os profissionais indicados são o fonoaudiólogo e o psicólogo. Ainda não existe medicamento, mas quanto mais cedo procurar por ajuda especializada, mais chances a pessoa tem de melhorar a fala.
A fonoaudióloga recomenda que as pessoas que convivem com crianças ou adultos com dificuldade na pronuncia tenham paciência e esperem eles concluírem o que desejam falar, respeitar o tempo de cada um, é ter empatia com o próximo. Ela ainda orienta que as pessoas não deixem de procurar o tratamento, pois é por meio dele que será possível lidar com esse problema e ter mais qualidade de vida.