Ortopedista pediátrico, explica que os resultados do tratamento do pé torto congênito são melhores quando realizados nos primeiros dias de vida.
Muitos pais ficam assustados, quando ainda na gestação, durante a realização do ultrassom morfológico, recebem a informação que o seu bebê vai nascer com o pé torto e que precisará fazer o tratamento logo ao nascer. Esta insegurança é normal, principalmente quando se trata do primeiro filho. Entretanto, esse sentimento, pode mudar quando consultarem o ortopedista pediátrico que fornecerá as orientações e esclarecerá as dúvidas, definindo o tratamento já nos primeiros dias de vida do bebê.
De acordo com doutor Giovanni Benedet Camisão, ortopedista pediátrico, pioneiro na técnica de “Ponseti” na região sul de Santa Catarina, afirma que os resultados do tratamento do pé torto congênito são melhores quando realizados nos primeiros dias de vida.
O pé torto congênito é uma alteração nos ligamentos, músculos, tendões e ossos do pé. Ainda não se sabe por que isso acontece, mas estudos apontam que as influencias genéticas e ambientais possam estar relacionadas a esse problema.
A apresentação da lesão se dá quando o pé se direciona para baixo e tem a parte da frente virada para dentro e para cima, apontando para a outra perna. Também observa-se que a parte posterior da perna (panturrilha) é mais fina e o pé pouco menor.
Doutor Giovanni explica que o diagnóstico é confirmado através da avaliação da forma e flexibilidade do pé. Raramente são necessários exame de imagem.
Existem casos de pacientes que de acordo com a posição e a mobilidade do pé, a alteração observada seja apenas postural e se corrigirá durante o desenvolvimento da criança, chamado de pé torto postural. Entretanto, doutor Giovanni sempre recomenda fazer massagens ou até mesmo procurar por fisioterapeuta para ajudar na correção. Já quando é confirmado o diagnóstico do pé torto congênito o tratamento será diferente, sendo necessário ser acompanhado pelo ortopedista pediátrico até a correção total do pé.
A técnica utilizada para o alinhamento dos pés é de “Ponseti”, que promove uma correção progressiva da deformidade através de gesso inguinopodálicos bem moldados. O componente crural do gesso impede a perda da rotação externa do pé e é importante para um tratamento de sucesso.
Depois do gesso é usada uma órtese para manter a correção obtida e evitar sua recidiva.
É importante destacar que crianças maiores, até seis anos, podem buscar fazer a correção do pé torto congênito, porém nestes casos há indicação de cirurgia. Entretanto, se torna um tratamento mais invasivo e doloroso. Por isso, doutor Giovanni recomenda aos pais para buscarem precocemente ajuda do ortopedista pediátrico, assim haverá mais chances de reabilitação.