Você sofre com dor recorrente e distensão no abdome, flatulência, diarréia e /ou constipação? Saiba que estes sintomas podem ser sinais de síndrome do intestino irritável (SII).

A síndrome do intestino irritável se trata de uma condição gastrointestinal funcional que afeta o funcionamento do intestino, causando alguns dos sintomas mencionados.

Os fatores contribuintes para o desenvolvimento desse desequilíbrio intestinal ainda não são totalmente compreendidos. Entretanto, acredita-se que a sensibilidade intestinal aumentada, esteja associada ao estresse e a ansiedade.

De acordo com Dr. Fernando Scremin, farmacêutico e doutor em biotecnologia em inovação e saúde da Farmácia Maria Rocha, algumas pesquisas mostram que os probióticos e os prebióticos podem contribuir no alívio dos sintomas da síndrome do intestino irritável. Isso ocorre porque eles ajudam a restaurar o equilíbrio da flora intestinal, reduzir a inflamação e modular a resposta imune.

Os probióticos são microrganismos vivos, as chamadas bactérias “do bem”, que quando consumidas adequadamente promovem o equilíbrio da microbiota intestinal. Podem ser encontrados em alguns alimentos como: iogurte natural, kefir, kombucha e leites fermentados. Todavia, também podem ser suplementados.

Conhecendo os tipos de probióticos

Fernando explica que existem diversas classes de probióticos que podem ser utilizadas no tratamento da doença. As mais estudadas e utilizadas são:

A Bifidobacterium infantis, este tipo tem demonstrado melhorar os sintomas, especialmente a dor e a distensão abdominal.

Os Lactobacillusplatarum estão associados na melhora da inflamação e diminuição da sintomatologia, incluindo a diarréia.

Os Lactobacillusacidophilus têm apresentado uma eficácia na redução da constipação e melhora geral na qualidade de vida do paciente.

Outro tipo que contribui de forma geral na sintomatologia, especialmente a diarréia é o probiótico Streptococcusthermophilus.

Já o Bifidobacteriumlactis tem demonstrado ser eficaz na melhora dos sintomas, incluindo a dor abdominal e também na diarréia.

O farmacêutico salienta que a escolha do tipo de probiótico deve ser realizada de acordo com o quadro clínico e as necessidades de cada paciente. “É recomendado que a escolha do probiótico e a dosagem sejam orientadas por um profissional de saúde”, afirma.

Os benefícios dos prebióticos e onde encontrá-los

Os prebióticos são geralmente, fibras vegetais não digeríveis pelo organismo que contribui para o crescimento e atuação de bactérias boas no intestino.

Trata-se de uma substância que melhora o funcionamento do trânsito gastrointestinal e traz uma série de outros benefícios à saúde. Auxiliando na absorção de minerais como ferro, cálcio e fósforo, contribuindo para o controle dos níveis de colesterol e de glicose no sangue, garantindo uma melhor absorção e atuação das fibras alimentares, concedendo mais saciedade, e fortalecendo o sistema imunológico.

Os prebióticos podem ser achados em diversos alimentos, por exemplo:

Na alcachofra, banana, cebola, alho, trigo e cevada tem o prebiótico frutooligossacarídeos.

Ainda na cebola, alcachofra e alho encontram-se a inulina. Esta também está presente na chicória.

O prebiótico psyllium é uma fibra solúvel encontrada em suplementos alimentares.

Outro tipo de prebióticoé a lactulose trata-se de um açúcar sintético usado como laxante.

Para a pessoa que tem a síndrome do intestino irritável a mudança na alimentação é essencial. Incluir em suas refeições fibras, probióticos, prébióticos e eliminar alimentos que possam irritar o intestino, como frituras, produtos açucarados e gordurosos.

Ainda para ajudar a aliviar os sintomas é fundamental a administração de medicamentos, como os antiespasmódicos, laxantes ou antidepressivos e gerenciar a ansiedade e o estresse, pois ambos podem piorar os sintomas da síndrome do intestino irritável.

O farmacêutico explica que os probióticos e os prebióticos são complementares, uma vez, que a ação dos prebióticos colabora para a proliferação das bactérias boas, isto é, os probióticos. Portanto, é como se os prebióticos fossem um tipo de alimento para essas bactérias.

Importante destacar que o consumo de ambos deve ser acompanhado por um profissional de sua confiança. Fernando recomenda que não deva ser realizada a automedicação.