Especialista explica que a estatura é definida como uma altura inferior, quando há dois desvios-padrão em relação à média de uma pessoa da mesma idade, sexo e população.
Muitos pais, após o nascimento de seus filhos, os levam ao médico pediatra para fazer o acompanhamento do desenvolvimento do seu bebê.
Durante as consultas mensais, o profissional realiza o exame clínico, sendo um deles as medidas e o peso da criança.
Alguns pais, no decorrer dos primeiros anos de vida do filho, recebem a informação que o desenvolvimento está abaixo do esperado e, com isso, vem alguns questionamentos. Sendo um deles: será que estou alimentando-o corretamente? O que “eu” estou fazendo de errado?
A endocrinologista pediátrica doutora Letícia Boing explica que esta preocupação tem certo fundamento, pois uma criança que se apresenta clinicamente bem, a tendência é de ter um crescimento normal ao longo da vida.
Segundo a doutora, vários fatores podem interferir no crescimento, desde o estado nutricional, emocional, alterações hormonais, genética, horário de sono e prática ou não de atividade física.
Outro contribuinte é o hormônio do crescimento, podendo sofrer influência de outros hormônios, como, por exemplo, o tireoidiano.
Um questionamento muito comum feito pelos pais é: como posso saber se o meu filho tem baixa estatura?
Letícia conta que a estatura é definida como uma altura inferior, quando há dois desvios-padrão em relação à média de uma pessoa da mesma idade, sexo e população. Associado a isto, também devemos avaliar o alvo familiar e a velocidade de crescimento do paciente em intervalos de, pelo menos, seis meses.
É importante destacar que existem várias causas associadas à baixa estatura, como: a baixa estatura familiar, baixa estatura idiopática (onde não é encontrado uma causa específica), retardo constitucional de crescimento e puberdade e a própria deficiência de hormônio de crescimento. Também existem as causas secundárias, como: desnutrição, após tratamentos oncológicos, em pacientes com doenças renais crônicas e gastrointestinais, como a doença celíaca.
Letícia explica que a avaliação desses pacientes é complexa, envolvendo desde fatores de história do período gestacional e perinatal, história mórbida familiar e estatura alvo (baseado na altura dos pais). Ainda podemos citar a história de doenças pregressas, avaliação do crescimento e peso através da curva de crescimento e sua velocidade, exame clínico detalhado e, se necessário, exames complementares de laboratório e imagem.
Quando o médico solicita os raios-X de idade óssea, é para se ter uma estimativa de estatura final de uma criança, ou seja, quanto tempo de crescimento ela ainda tem pela frente.
A especialista acrescenta que existe o estirão puberal, que é uma fase de crescimento mais acelerado em que o ocorre o incremento da velocidade do mesmo, devido à evolução da puberdade e dos hormônios gonadais (a testosterona, produzida nos testículos, e a progesterona e o estrógeno, produzidos nos ovários).
As meninas, após a primeira menstruação, ainda continuam a crescer, porém, em velocidade gradativamente menor do que vinha crescendo durante o estirão de crescimento da puberdade. Este desenvolvimento final pode variar em torno de quatro a dez centímetros e ocorre ao longo de três a quatro anos, podendo mudar em cada pessoa.
Letícia diz que o tratamento da baixa estatura é voltado para a causa da mesma, sendo indicado apenas em casos específicos, ou seja, pacientes com deficiência de hormônio de crescimento, por exemplo. Desta forma, é indicado o uso diário de Somatropina por via subcutânea.