Cresce cada vez mais o número de pessoas que buscam por tratamento para obesidade, e com isso recorrem à cirurgia bariátrica, que além de melhorar a qualidade de vida do paciente, poderá resgatar a autoestima perdida, sendo um fator determinante para uma vida mais feliz.

Entretanto, apenas perder peso não é o suficiente para algumas pessoas. Elas ainda precisam de algo a mais, levando-as a optarem pela cirurgia plástica. A busca pelo procedimento tem como objetivo remover o excesso de pele e diminuir a flacidez.

De acordo com doutora Júlia Soares, cirurgiã plástica em Tubarão, Santa Catarina, as cirurgias plásticas mais procuradas pelos pacientes pós-bariátricos são: a dermolipectomia, procedimento que remodela o abdômen ao retirar o excesso de pele e gordura que se acumula abaixo do umbigo, braços e costas, removendo o excesso de tecido nestas regiões.

Outros procedimentos realizados são nas mamas, pois existem casos onde a pessoa tem muito volume nessa região e com o emagrecimento os seios ficam caídos e acabam precisando colocar prótese para proporcionar uma melhor estética. Também tem aqueles pacientes que tinham o rosto “gordinho” e ele acaba ficando um pouco flácido, devido ao emagrecimento. Para esta situação, é indicado fazer o lifting, ou às vezes, é recomendado o bioestimulador e preenchedor facial.

A especialista conta que a cirurgia plástica também vem conquistando, cada vez mais, os homens, principalmente após a cirurgia bariátrica. Entre as mais procuradas estão: à correção do abdome, pois muitos ficam com aquela “dobra” de pele no abdome inferior e a ginecomastia, que seria a retirada do excesso de pele e tecido das mamas.

É importante ressaltar que antes de realizar a “remodelação do corpo” é necessário seguir algumas recomendações.

Segundo doutora Júlia Soares, o primeiro passo é fazer o acompanhamento pós-operatório da cirurgia bariátrica, sempre avaliando se existe déficit de vitaminas, pois estes pacientes têm dificuldades de absorção da vitamina B12, do ferro e necessitando assim de suplementação. Outros podem desencadear alteração da tireóide, ficar anêmicos e mesmo que façam reposição, eles não conseguem alcançar um hematócrito muito alto. O limite para realização da cirurgia plástica é de 35, sendo considerada ainda anemia, mas é possível fazer o procedimento.

É importante ressaltar que estes pacientes têm maior risco de complicações, pois são pessoas que acabam sangrando um pouco mais, devido aos fatores mencionados anteriormente. Mais um contribuinte para que haja um sangramento maior e hematomas, são os vasos grandes, pois a gordura é eliminada, mas os calibres dos vasos não diminuem. Alguns também podem ter uma cicatrização mais demorada e ainda formarem seroma no pós-operatório, que é aquele acumulo de líquido embaixo da pele. Por essas circunstâncias, a recuperação é um pouco mais longa, porque será necessário fazer punções para remoção do líquido. No entanto, isso não é uma regra para todos os pacientes, há exceções.

Doutora Júlia recomenda que os pacientes sigam todas as recomendações do médico que realizou a cirurgia bariátrica. “Não adianta procurar o cirurgião plástico se não realizou o acompanhamento. Não tem como realizar uma remodelação do corpo se a pessoa não tem os exames em dia e se as vitaminas não estão dentro do recomendado”, diz.

Em casos de pacientes pós-bariátricos a investigação clínica é mais detalhada, onde durante a consulta pré-operatória o cirurgião plástico vai solicitar exames, tanto de imagem, quanto laboratoriais, onde será analisado se o indivíduo está apto para o procedimento cirúrgico.

A cirurgiã recomenda que o paciente procure fazer cirurgia plástica após um ano e meio da bariátrica, que é o tempo que a pessoa já teve o emagrecimento e já estabilizou o peso. Dentro desse período é fundamental o acompanhamento com seu médico endocrinologista.

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