Especialista explica que muitas mulheres chegam a sofrer anos com os sintomas da endometriose sem mesmo saber que são portadoras da doença.
De acordo com o médico Mario Durli, ginecologista especialista em cirurgia da área, as mulheres chegam a sofrer cinco, seis, sete até dez anos com os sintomas da endometriose sem mesmo saber que são portadoras da doença. “O problema é que é muito difundida a ideia de que ter cólicas menstruais intensas é algo normal e sentir dor na relação sexual é natural. Infelizmente, mesmo entre os profissionais da saúde, esta crença é muito falada”, diz.
A endometriose é uma doença que se desenvolve em locais fora do útero, células semelhantes às que revestem internamente o órgão. Este revestimento interno é chamado endométrio. Se algo parecido com o endométrio cresce em áreas fora do útero, sintomas como dores intensas abdominais e aderências entre os órgãos da pelve podem surgir.
Os principais fatores de risco da endometriose são: quando há na mesma família a presença de outras mulheres com a doença, além da menstruação precoce, baixo índice de massa corpórea e ciclos menstruais muito curtos. O ginecologista explica que alguns estudos demonstram que a alimentação é outro fator contribuinte para o desenvolvimento da endometriose, como o consumo em excesso de carne vermelha e de produtos industrializados.
Por se tratar de uma patologia que envolve o sistema reprodutor feminino, muitas mulheres se questionam se é possível engravidar quando diagnosticadas com a endometriose.
De acordo com Mario, elas podem, porém, são vários os motivos que aumentam a dificuldade para engravidar. Dentre elas, aderências entre os órgãos pélvicos ou o aumento na produção de substâncias inflamatórias, que prejudicam a qualidade dos óvulos liberados pelos ovários.
Para melhorar a qualidade de vida da mulher com endometriose existem tratamentos que devem sempre ser individualizados. Isso significa que para cada mulher existe uma estratégia diferente. Para algumas pacientes, o médico ginecologista vai prescrever o uso de anticoncepcionais de forma contínua e medicações para controle da dor. Em outros casos, a mulher precisará de tratamento cirúrgico.
Mario salienta que a cirurgia deve ser realizada por um ginecologista e equipe treinada no tratamento de endometriose, e sempre utilizando técnicas de cirurgias minimamente invasivas, tais como cirurgia robótica ou por “vídeo”.
A doença não tem cura, mas se a paciente realizar o tratamento corretamente e visitar o seu médico regularmente, poderá cessar os sintomas e adquirir melhor qualidade de vida.