A catarata é a principal causa de cegueira reversível no mundo. O procedimento cirúrgico é rápido, indolor, seguro e com excelente resultado, levando a pessoa, na maioria dos casos, a recuperar a visão logo nas primeiras 24 horas.

Segundo o oftalmologista doutor Rafael Elias Silvano, a catarata é a perda da transparência do cristalino, que é a lente natural presente no olho e que ajuda a enxergar com qualidade. O principal contribuinte é o envelhecimento, onde o cristalino fica esbranquiçado, amarelado e, em alguns casos, totalmente opaco, dificultando a entrada de luz dentro do olho e a formação da imagem.

Outros fatores que contribuem é o uso prolongado de medicações, como corticóide (oral ou colírio), a diabete e a exposição solar – o raio ultravioleta.

Ainda sobre os fatores de risco, existem as situações de infecção, tanto congênita quanto adquirida e as traumáticas, ou seja, quando a pessoa sofre uma pancada no olho. Na infância, a criança desenvolve a catarata em situações como essas ou em casos de infecção materna (na gestação). Nos adolescentes e jovens ocorre pelo trauma e quadros de infecções no olho.

Doutor Rafael relata que os principais sintomas da catarata são embaçamento visual, dificuldade de visão noturna e para ler placas ou fazer leituras. O especialista explica que no começo o indivíduo pode até não perceber, pois esse processo pode ser lento e gradativo. Porém, em estágio moderado, principalmente os avançados, atrapalha muito a visão, podendo em algumas situações até levar a cegueira. Por isso, é importante realizar consultas regulares, pois é somente com a avaliação médica que a catarata será diagnosticada.

No consultório, o médico realiza o exame de biomicroscopia, onde, por meio dele, é possível avaliar de maneira detalhada os olhos e observar se existe a catarata, entre outros problemas.

O oftalmologista relata que, na consulta, explica para o paciente como está o nível da doença e quando ela está no início. Se a pessoa tem menos de 50 anos, solicita que o indivíduo realize o acompanhamento entre seis meses a um ano. Em situações onde o caso é moderado e já houve algum comprometimento da visão, a orientação é apenas a cirurgia. É importante lembrar que não existe tratamento clínico, seja por colírio ou medicamento.

O procedimento cirúrgico é rápido

Doutor Rafael conta que o procedimento é realizado em centro cirúrgico. A técnica utilizada leva em média 15 a 20 minutos e o resultado é facilmente percebido já no pós-operatório imediato, onde o paciente enxerga um pouco embaçado, mas a reabilitação visual acontece já nos primeiros dias.

Na cirurgia, a anestesia aplicada pode ser a tópica, mas também existe a possibilidade de fazer com bloqueio peribulbar. A primeira é uma anestesia por colírio, onde o paciente tem uma recuperação mais rápida e é indolor. Durante a cirurgia, é retirado o cristalino e implantado no lugar uma lente intraocular para fazer a mesma função do cristalino, já corrigindo o grau. O paciente vai para casa no mesmo dia, podendo retirar o curativo e já começando a recuperação.

Com a realização da segunda anestesia, o olho fica paralisado, onde é colocado o anestésico por trás do olho. Isso faz com que a recuperação seja mais lenta e a pessoa precise ficar com o curativo em torno de 24 horas. O especialista explica que este método é indicado para pacientes que são mais agitados ou têm dificuldades em ficar tranqüilos na cirurgia.

Algumas orientações devem ser seguidas, independente do tipo de anestesia, para um excelente resultado, tais como: não abaixar a cabeça, não pegar peso e evitar atividades esportivas por pelo menos duas semanas. Depois da recuperação, o paciente poderá ter vida normal.

A recomendação do especialista para prorrogar o desenvolvimento da catarata é adotar hábitos saudáveis, como boa alimentação, realizar exercício físico, uso de óculos escuros em ambientes externos e consultar o médico oftalmologista regularmente, principalmente após os 40 anos.