Saiba o que é a síndrome respiratória aguda grave, as ações preventivas que os pais podem tomar e as opções de tratamento disponíveis.
Dr. Evandro explica que os pais devem estar atentos aos sinais de agravamento e procurar atendimento médico cedo, especialmente em bebês menores de três meses que apresentarem febre. Nos últimos anos, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) têm registrado um aumento expressivo em Santa Catarina, especialmente após o período da pandemia de COVID-19. O médico pediatra e pneumologista Dr. Evandro Thomsen Antunes, com três décadas de experiência na área, alerta para a gravidade da condição e reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico adequado.
Diferença entre síndrome gripal e SRAG
Com formação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especializações no Hospital Infantil Joana de Gusmão e no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o Dr. Evandro destaca a diferença entre uma síndrome gripal comum e a SRAG. “A síndrome gripal, que inclui sintomas como calafrios, dor, coriza, tosse, febre e dor de garganta, pode evoluir para uma condição mais grave quando associada a dificuldades respiratórias, queda na oxigenação do sangue, dor torácica e coloração azulada na boca, lábios ou mãos”, explica.
Segundo o especialista, as principais causas da SRAG são vírus comuns na rotina, como o vírus sincicial respiratório (RSV), adenovírus, rinovírus, influenza e, recentemente, o COVID-19. “A faixa etária abaixo de dois anos, prematuros, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, como cardiopatias ou diabetes, apresenta maior risco de evoluir para casos graves”, alerta.
Sinais de alerta e diagnóstico
Os sintomas que indicam a possível evolução para SRAG incluem dificuldade respiratória, batimento de asas do nariz, retração das costelas, coloração azulada na boca ou nos dedos, gemência e recusa alimentar em crianças maiores. “O diagnóstico é clínico, com o auxílio de aparelhos portáteis para monitorar a oxigenação, além de exames de raio-x e laboratoriais em hospital”, detalha. O encaminhamento ao hospital deve ser imediato quando os sinais indicarem agravamento, sobretudo em crianças com menos de três meses ou com alguma doença crônica. “Nessas situações, a criança precisa receber suporte em unidades de emergência, com oxigênio e, em casos mais graves, ventilação mecânica ou entubação”, orienta.
Tratamento e suporte clínico
Quanto ao tratamento, o Dr. Evandro explica que a maior parte dos casos evolui com suporte clínico, incluindo oxigenoterapia e observação. “Algumas crianças podem desenvolver pneumonia e necessitar de antibióticos, mas a maioria precisa de cuidados de suporte em ambiente hospitalar”, reforça.
Prevenção: a arma mais eficaz
A prevenção, segundo o especialista, é fundamental. “A vacinação contra a influenza é uma das medidas mais eficazes para evitar quadros graves, assim como evitar aglomerações, manter a higiene adequada, usar máscara e realizar a limpeza frequente de objetos pessoais e superfícies”, recomenda. Ele também destaca a importância da higiene nasal, especialmente em bebês e crianças pequenas, como uma prática útil para reduzir a entrada de vírus nas vias respiratórias. “Os pais devem estar atentos aos sinais de agravamento e procurar atendimento médico cedo, especialmente em bebês menores de três meses que apresentarem febre. Não se deve esperar que a doença evolua para uma situação mais grave, pois o diagnóstico precoce pode salvar vidas”, afirma. Sobre a alta incidência de casos, Dr. Evandro lembra que o aumento se relaciona, em parte, ao relaxamento de medidas de saúde após a pandemia, além da circulação de vírus respiratórios que continuam sendo um desafio para o sistema de saúde. “A vacinação é uma ferramenta importante, mas é preciso manter cuidados diários e atenção aos sintomas”, conclui.
Situação atual em Santa Catarina
A situação de Santa Catarina, com mais de 8 mil casos de SRAG até junho de 2025, reforça a necessidade de uma conscientização maior da população sobre a gravidade e a prevenção dessas doenças. Segundo o médico, a responsabilidade é compartilhada entre profissionais de saúde, pais e toda a comunidade para reduzir os impactos dessa condição.
Quer saber mais? Clique no vídeo abaixo e assista à entrevista na íntegra realizada com o médico pediatra e pneumologista Dr. Evandro Thomsem Antunes