Homens e mulheres que têm o hábito de comer alimentos industrializados, fast food, baixo consumo de fibra e a falta de água no organismo estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de divertículos e diverticulite. Isto acontece porque força o intestino a ter contrações mais intensas para empurrar um bolo fecal menor, por causa da má alimentação.

Atualmente, vem crescendo o consumo por alimentos industrializados e, com isso, levando pessoas do mundo inteiro a desenvolverem a doença antes dos 50 anos.

De acordo com o coloproctologista doutor Kaiser de Sousa Kock, os divertículos são pequenas saculações adquiridas que se formam na parede do intestino grosso durante a vida. Eles aparecem em homens e mulheres e surgem normalmente a partir da quinta e sexta década de vida. As causas dos divertículos ou doença diverticular até hoje são pouco compreendidas, porém, têm uma relação com a idade, dieta pobre em fibras, constipação e esforço evacuatório, causando fraqueza na parece intestinal e, consequentemente, a formação das saculações.

Na sua grande maioria, nas pessoas que desenvolvem os divertículos, cerca de 90% são assintomáticas. Já os indivíduos que têm a doença diverticular, sendo a mais conhecida, a diverticulite, onde ocorre uma microperfuração e consequente infecção do divertículo, apresentam alguns sintomas.

A diverticulite aguda tem comumente um início súbito e progressivo com dor constante no abdômen, mais ao lado esquerdo, distensão abdominal (inchaço), diminuição ou parada da eliminação de gases e fezes e, às vezes, vômitos e febre.

Doutor Kaiser explica que não existe uma causa específica para que o divertículo perfure, e não há, infelizmente, nenhuma forma de prevenção da diverticulite.

É importante esclarecer algo que se falava antigamente sobre o consumo de sementes, pois se acreditava que elas poderiam ser as causadoras da diverticulite, uma vez que as sementes conseguiriam entrar nos divertículos e levar à perfuração. Entretanto, doutor Kaiser diz que estudos mais recentes desmistificaram essa causa de diverticulite. Não existindo qualquer relação da ingestão de sementes com o surgimento da doença.

Quando o indivíduo chega ao consultório, o diagnóstico é realizado pela história clínica, e durante o exame físico o paciente sente uma dor quando o médico apalpa no lado inferior esquerdo do abdômen e que piora quando o profissional para de apertar, abruptamente. Para complementar a avaliação médica, é solicitado exame de sangue e imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada de abdômen, que mostrarão a inflamação e sinais de infecção.

Depois de confirmado o quadro clínico, entra-se com o tratamento, que pode ser principalmente com antibióticos orais ou, dependendo da gravidade da diverticulite, endovenoso, com o paciente internado.

O especialista acrescenta que na maioria dos casos, com o tratamento correto, há uma melhora da dor e infecção entre 48h a 72h. Já os pacientes que não responderem bem ao tratamento clínico, na fase aguda ou com crises recorrentes, necessitarão de cirurgia.

Após a recuperação e ao receber a alta, o paciente segue a sua vida normalmente. Porém, é importante lembrar de corrigir os hábitos alimentares, especialmente aumentando o consumo de fibras e líquidos, evitando alimentos industrializados e aderindo aos exercícios físicos.