A diástase abdominal surge pelo aumento do volume abdominal forçando a musculatura e alargando bem na união dos músculos abdominais, afrouxando a aponeurose (membrana que envolve os músculos).
Durante a gravidez acontecem transformações no corpo da mulher, como física e emocional. Essa mudança também ocorre no pós-parto, com o retorno ou não da barriga ao que era antes da gestação.
Voltar para o mesmo corpo antes de ser mãe é o desejo de muitas mulheres. Entretanto, algumas adquirem um problema no abdome, conhecido por diástase abdominal.
De acordo com a cirurgiã plástica, Dra. Júlia Soares, a diástase abdominal surge pelo aumento do volume abdominal forçando a musculatura e alargando bem na união dos músculos abdominais, afrouxando a aponeurose (membrana que envolve os músculos).
É possível identificá-la quando a mulher perde a cintura ou também fica com aquela “barriguinha” que nunca mais sai depois da gravidez, às vezes, pode ser associada à hérnia, principalmente no umbigo. “Durante o exame físico é possível, em alguns pacientes, sentir este afastamento, tipo um “buraco”, que pode ser bem variável, de 1 centímetro e em alguns casos extremos, chegar a 15 centímetros”, diz.
A cirurgiã plástica explica que é muito difícil voltar a ter o mesmo abdome se não for com cirurgia, apenas as pequenas diástases, estas poderão ser usados outros recursos, como pilates e fisioterapia. Esses exercícios auxiliarão no fortalecimento muscular e evitarão que aumente.
Saiba como é realizada a cirurgia para correção da diástase abdominal e os cuidados com o pós-operatório.
Dra. Júlia conta que a cirurgia para a correção da diástase pode ser associada à de abdominoplastia e lipoaspiração. É realizada uma sutura (costura) das aponeuroses dos músculos retos abdominais, unindo novamente seus bordos internos, desde baixo do apêndice xifóide (parte superior do abdômen) até a região púbica.
Depois do procedimento é preciso evitar esforço físico por três meses. Não forçar o abdome ao levantar, não fazer qualquer movimento que necessite forçar o local da cirurgia e manter uma alimentação equilibrada. Evitar alimentos que distendam o abdome, adotar refeições ricas em fibras para não ficar com prisão de ventre, além disso, deve beber cerca de 2 litros de água.
A cirurgiã plástica acrescenta que no pós-operatório a distensão poderá causar desconforto pelo aumento da pressão intra-abdominal, isto pode acontecer, devido à mudança que também ocorre na parte respiratória. Por isso, é necessário fazer exercícios respiratórios, porque a paciente poderá ter dificuldade de expandir os pulmões, uma vez que a musculatura abdominal auxilia na respiração.
Seguindo todas as recomendações médicas aos poucos a paciente poderá voltar a sua rotina. Após 30 dias de cirurgia, dirigir com moderação será algo que o médico pode autorizar, porém exercícios mais pesados somente após 90 dias.
É importante ressaltar que a cirurgia para eliminação da diástase abdominal deve ser realizada de preferência após a decisão da mulher de não engravidar no futuro. Esse é um ponto fundamental, pois são as gestações, em primeiro lugar, que ocasionam o afastamento muscular da diástase. Outro fator contribuinte é a obesidade. Por isso, também é importante cuidar do corpo e evitar o efeito “sanfona” (engorda e emagrece).
Para aquela que não procurar por ajuda médica e não corrigir a diástase abdominal, poderá ter dores lombares, uma vez que a musculatura é a cinta natural que protege a coluna ao andar, sentar e fazer exercícios físicos.
Algumas mulheres podem até usar cinta, mas elas não auxiliam na diástase, porque não fortalecem a musculatura, que é o grande problema, apenas ajudam a segurar um pouco.
Doutora Júlia recomenda para estas mulheres que por algum motivo não começaram a cuidar do problema, que façam uma avaliação com um profissional o quanto antes e não deixem que a diástase abdominal comprometa a qualidade de vida.