A leucemia é uma doença pouco discutida e que gera medo e insegurança quanto ao diagnóstico, tratamento e cura. Por isso, convidamos a hematologista, doutora Flávia Prá Pellizzon, do Complexo Provida, para conhecermos um pouco mais sobre a patologia.

Como todo câncer, achar a causa do desenvolvimento é muito difícil e com a leucemia não é diferente. Acredita-se que as rotinas estressantes, pouco tempo para se alimentar adequadamente, a falta de atividades físicas e os fatores genéticos podem contribuir no desenvolvimento da doença.

De acordo com a hematologista, a leucemia é um tipo de câncer que tem como particularidade o aumento exagerado de células sanguíneas, ocasionando ocupação medular e, consequentemente, diminuição das células consideradas normais. Devido a essa alteração, traz consequências graves se não diagnosticada e tratada dentro do tempo certo, podendo levar a óbito rapidamente, em casos agudos.

Existem dois grandes grupos da leucemia, onde estão divididas em leucemia mieloide e leucemia linfocitica. Ambas com subtipos de fatores agudos (LMA e LLA) e crônicos (LMC e LLC), que apresentam características distintas.

O desenvolvimento da doença pode acontecer tanto em crianças quanto em adultos de diversas faixas etárias. Mais comumente, a leucemia LLC acomete os idosos e a leucemia LLA tem maior abrangência na infância.

Os sintomas da doença são voltados para as alterações sanguíneas, como uma anemia. Por isso, é importante observar se a pessoa vem sentindo cansaço, fraqueza, astenia (falta de energia generalizada), tontura, além de distúrbios de coagulação, surgindo equimoses, hematomas, sangramento nasal e sangramento gengival espontâneo.

Doutora Flávia explica que o diagnóstico da leucemia pode ser realizado através do hemograma. Também pode ser solicitada uma biopsia de média óssea, para a classificação do subtipo.

Depois da confirmação e conhecido o tipo de leucemia, entra-se com o tratamento. Comumente realizado com quimioterapia, imunoterapia e transplante de medula óssea.

É importante destacar que as crianças respondem muito melhor aos tratamentos, pois o organismo se adapta e o prognóstico também é melhor.

Durante o tratamento, as pessoas com leucemia passam períodos em que a imunidade é imensamente comprometida e têm algumas restrições severas, que devem ser respeitadas para evitar infecções oportunistas. O paciente precisa ficar recluso, evitando contato com número elevado de pessoas. No caso de crianças, elas devem permanecer fora da escola e os adultos afastados do trabalho, ainda com restrição de visitas e uso de máscaras. Em alguns casos, a alimentação é diferenciada, por exemplo: quando os leucócitos (células de defesa) estão baixos. Nesta situação, os alimentos devem ser todos cozidos.

Todos os pacientes que vão ao consultório médico questionam sobre a cura da leucemia. A hematologista explica que tudo vai depender do tipo. Entre as agudas, alguns subtipos são favoráveis para cura, sendo que outros são mais complicados. Já na crônica, até o momento, não se encontrou a cura. Entretanto, os especialistas estão sempre se esforçando, estudando, pois acreditam que a chance da cura pode acontecer.

A prevenção do câncer não tem uma receita, mas buscar pela qualidade de vida é um contribuinte. Por isso, adotar hábitos saudáveis, com alimentação regrada, prática de exercícios físicos regulares, beber água e fazer um check-up regularmente minimiza a sua incidência.