Especialista explica que é fundamental que os pais sigam a risca todo o protocolo informado pelo médico para garantir a segurança e a vida da criança.
A anestesia na infância é sempre motivo de preocupação para os pais. Entre as inseguranças, estão o medo sobre o que será feito com o seu filho durante o procedimento cirúrgico, como devem cuidar da criança antes de entrar para a cirurgia e muitas vezes, a dificuldade de realizar o jejum pré-operatório, pois o pequeno chora que está com fome. Entretanto, é importante ressaltar que é fundamental seguir a risca todo o protocolo informado pelo médico para garantir a segurança e a vida da criança.
De acordo com a anestesiologista doutora Jaqueline Bohrer Corrêa, da Narcoclinica, a anestesia pediátrica pode ser indicada tanto para cirurgias, quanto para a realização de exames, onde é necessário que a criança precise dormir para ficar imóvel ou não sentir dor, como, por exemplo, na realização de ressonância magnética e procedimento cirúrgico de retirada de amígdalas.
Existem vários tipos de anestesias, como: a geral, a sedação, o bloqueio neuroeixo, o bloqueio regional ou até mesmo as associações de técnicas, porém, cada paciente e procedimento têm suas peculiaridades, onde os métodos são individualizados caso a caso.
Muitos pais questionam se a anestesia dos adultos é igual a das crianças. Segundo a especialista, os medicamentos são os mesmos utilizados, o que muda é a técnica e a dosagem da aplicação. O ajuste na dosagem dos medicamentos é feito por conta do metabolismo e a anatomia da criança, que são diferentes. Jaqueline acrescenta que o serviço de anestesiologia precisa estar preparado com equipamentos especiais e dispor de toda uma equipe de médicos e enfermeiros treinados para garantir que todo o processo ocorra com segurança.
Para entender como é realizada a anestesia geral em uma criança, o médico anestesiologista, muitas vezes, inicia com xarope tranquilizante e/ou inalação de anestésico, para o pequeno dormir e, então, com calma, obter um acesso venoso. Feito isso, serão injetadas as medicações para o sono profundo da anestesia geral. O profissional acompanhará toda a cirurgia, monitorando os sinais vitais, além de prosseguir na sala de recuperação até o despertar da criança.
É normal que, ao acordar, a criança apresente sonolência. Desta maneira, é importante que os pais cuidem para manter o soro até que a enfermagem venha retirar. Nos cuidados pós-operatórios, a equipe orientará sobre a alimentação para cada caso. Vale destacar que a coordenação pode ser afetada no primeiro dia, necessitando de um responsável sempre presente em casa.
A anestesiologista diz que um dos principais cuidados que os pais precisam ter é com o jejum e respeitar o tempo orientado pelo médico na consulta pré-anestésica. O objetivo é evitar que existam resíduos de alimentos no estômago da criança no ato anestésico, eliminando, assim, uma possível complicação pulmonar, como a pneumonia aspirativa. Outro fator que deve ser informado ao médico e ao hospital é quando o paciente estiver com sintomas gripais, para que ele seja avaliado.
Também é fundamental que os pais tranqüilizem a criança antes de entrar no centro cirúrgico, explicando a ela, de forma lúdica, como o procedimento acontecerá. Estas informações podem ser obtidas durante a consulta pré-anestésica com o médico anestesiologista. Quanto mais informações a criança tiver, melhor, pois menos ansiosa e mais tranqüila ela ficará. Vale lembrar que os filhos buscam referência de tranqüilidade em seus pais e cuidadores.