Quando a queda de cabelo é em excesso pode ser sinal de alguma doença do couro cabeludo.
A queda de cabelo é um dos principais incômodos, entre homens e mulheres, envolvendo a aparência. No entanto, além trazer um prejuízo a autoestima, a queda de cabelo em excesso pode sinalizar alguma doença do couro cabeludo.
De acordo com a dermatologista, doutora Maria Virgínia de Melo Guedes, é comum cair os cabelos no dia a dia, e essa queda é normal. “Em média perdemos de 60 a 100 fios de cabelos por dia, mas estima-se que tenhamos de 100 mil a 150 mil fios de cabelos no couro cabeludo”, diz. Entretanto quando a queda de cabelo é expressiva, é importante procurar por ajuda médica especializada.
Entre as principais causas da perda de cabelo (alopecia) estão: o pós-parto, pois o corpo da mulher passa por um processo de regularização hormonal. As endocrinopatias, ou seja, a disfunção na tireoide, causando tanto o hipotireoidismo,quanto o hipertireoidismo e também o diabetes descompensado. O quadro nutricional da pessoa, como desnutrição, perda de peso rápido, por exemplo: cirurgia pós- bariátrica, a deficiência de ferro, zinco, vitamina D, biotina e anemia.O uso de remédios contínuos também é um colaborador, sendo eles, os retinoides, lítio, estatina, clofibrato e o Roacutan. As doenças autoimunes como o Lúpus, Dermatomiosite, pós-Covid e HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) e osprocedimentos nos cabelos, entre eles, alisamentos, escova progressiva com formol, tinturas e mechas.
A dermatologista conta que qualquer pessoa pode desenvolver a alopecia, incluindo as crianças. A causa mais frequente é a areata e as micoses do couro cabeludo. A alopecia areata caracteriza-se pela perda localizada em forma de placas no couro cabeludo e na região da barba, em homens. Trata-se de uma doença autoimune, muito relacionada ao estresse emocional. A doença geralmente responde de forma positiva ao tratamento.
Também temos a alopecia androgenética, ou calvície, que é a queda de origem genética. Atinge homens e mulheres, iniciando na adolescência, mas fica aparente após algum tempo, por volta dos 40 ou 50 anos, quando os fios vão progressivamente ficando mais finos.
Já a alopecia frontal fibrosante, é uma forma grave de queda de cabelos, na região da testa e sobrancelhas. Mais comumente na pós-menopausa. Esta, geralmente não apresenta bons resultados ao tratamento.
O diagnóstico das alopecias é clínico e complementado com exames laboratoriais, incluindo todas as deficiências nutricionais. Um exame importantepara a análise minuciosa dos fios de cabelos é a Tricoscopia, onde é possível através de um dermatoscópio, determinar o tipo de queda.
Os tratamentos geralmente são feitos com medicação aplicada direto no couro cabeludo, incluindo ingestão de vitaminas. O padrão ouro é o Minoxidil, uma loção capilar. No caso das androgenética é indicado fármacos orais antiandrogênicos, como a Finasterida ou Espironolactona.
Outra doença que causa queda de cabelo é a dermatite seborreica ou caspa. Os sintomas sãooleosidade e caspa fina ou úmida, mais aderente ao couro cabeludo. O tratamento é realizado com shampoo anticaspa, associado à mediação tópica com ação anti-inflamatória.
Ainda, temos a psoríase que são as escamas em placas no couro cabeludo. Geralmente com irritação e coceira. Pode estar associado à doença na pele.
Maria Virgínia explica que a melhor forma de manter os cabelos saudáveis é por meio de uma dieta equilibrada, evitar química e a água muito quente durante o banho e higiene do couro cabeludo. “Oriento a lavar no máximo em dias alternados para mulheres e todos os dias para homens e crianças. Jamais dormir com os cabelos molhados”, diz.
Importante destacar que no início do outono, é normal ter queda de cabelo, pois neste período ocorre a troca dos fios velhos pelos novos, chegando a perder 200 fios por dia.